Relatos do Cine Idéia a partir do Filme Exit Through the Gift Shop

Ao tornar público através deste espaço online o que se passou nas atividades do Cine Ideia, buscamos não só registrar o que discutimos, mas também estender esta discussão a todos que tiverem contato com este blog.
Para que isso aconteça de melhor forma chegamos ao pensamento de que um relatório no modelo até aqui construído dificilmente contempla as diversas linhas de pensamento e provocações que a atividade em questão possa ter gerado em cada participante. Por mais que tenha sido construído a partir de fragmentos da conversa onde todos participaram, o texto final é redigido por uma ou duas pessoas que vão amarrando as ideias para formar um corpo só com todas elas.
Isto, de certa forma pode resumir toda a grandeza do evento, dando direções de acordo com as conclusões de quem realizou a tarefa de relatar o mesmo.
Então, alteramos o formato “relatório” para um espaço onde os participantes expõem seus pontos de vista abertamente, com suas dúvidas e conclusões, a partir da provocação que o filme e discussão geraram.
Além disso, esperamos que o espaço para comentários também seja usado da mesma forma, para que não só as pessoas que participaram da atividade utilizem para dar continuidade às reflexões, mas também os visitantes online possam acrescentar suas opiniões.
Assim segue alguns depoimentos do Cine Ideia a partir do filme Exit Through the Gift Shop exibido na Pinacoteca de São Bernardo do Campo:

“Bem sobre o filme, mas do que uma análise  aprofundada, gostaria de levantar algumas questões, na verdade algumas inquietações que o documentário me suscitaram. 
Gostei muito do filme, não o conhecia anteriormente. Esperava que fosse um filme sobre o Banksy e a sua obra, mas o fio condutor da narrativa foi o Thierry Guetta, que o acaba protagonizando  por ser uma personagem que sintetiza uma série de discussões sobre a arte de rua, e arte contemporânea.  Uma das questões que gostaria de levantar, é a arte de rua como um fazer artístico transgressor que se desenvolve a margem da indústria, porém no filme há o outro lado, de como parte da obra destes artistas transgressores são cooptadas e altamente valorizadas pelo mercado e cobiçadas por especialistas e colecionadores. Como continuar produzindo arte transgressora sobre a forte pressão do determinismo estético do mercado? É possível o artista produzir arte crítica sem fazer concessões a indústria cultural?
Outra questão, como a arte de rua se apropria de diversas técnicas e obras já existentes, onde fica a sua originalidade? O que a caracteriza como um estilo ou movimento estético? Por fim, gostaria de colocar que o protagonista do filme Mr. Brainwash, é um fenômeno típico da arte contemporânea, onde técnica e talento deixam de ser necessários para o artista e tudo pode ser valorado como arte. Mais importante para o artista é ter boa inserção e contatos nos "circuitos" e sistemas de arte (galerias, colecionadores). No documentário fica claro como Mr. Brainwash é fruto de uma campanha massiva de marketing que acaba caindo no gosto de celebridades e do mercado.”
Jefferson Santos - Agente de biblioteca
São Bernardo do campo

"No primeiro momento pensei que fosse algo real, num segundo momento soou fictício, mesmo assim o filme me fez refletir, e a principal pergunta foi o que é ser artista? O que é arte e que conceito é usado para isso? Em nenhum momento mostra Guetta (personagem do filme) fazendo "suas" obras e ele diz que tem ideias, porém outros que o fazem e é onde o processo criativo se perde. Além de outros pontos que foquei durante o filme que representam a realidade, alguém desconhecido de uma hora para outra vira famoso, no caso do Guetta mais por quantidade do que qualidade, com elogios das pessoas certas, e uma superprodução "vira" um artista renomado da noite para o dia. Percebo como a opinião de alguns muitas vezes formam a opinião da maioria, sem quaisquer conceitos e/ou conhecimento."
Amanda Lopes – Fotógrafa
São Bernardo do Campo







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